segunda-feira, março 23, 2009

O Papa e a Sida


Grande clamor provocaram as palavras de Bento XVI sobre o preservativo e a sida. Já seria de esperar. Uma resposta a um jornalista tem mais destaque do que vários discursos que contêm o que da sua mensagem é mais relevante. Mas desta vez não são apenas os jornais a criticar o Papa, são ministros de governos europeus, que o acusam de insensibilidade perante o flagelo da difusão dessa doença.

Uma acusação profundamente injusta, porém.

O Papa não ignora os males da difusão da sida. Apontou um remédio (disso não falam os jornais) não só moralmente mais correcto, mas mais eficaz. A educação e alteração de comportamentos, a abstinência e a fidelidade, são caminhos que ninguém pode contestar como mais eficazes de combate a essa difusão. O preservativo não garante uma eficácia absoluta e as campanhas que o promovem como se fosse um “salvo-conduto” que torna inofensiva a promiscuidade criam uma segurança ilusória e contraproducente. A experiência do Uganda, o país africano com mais sucesso neste âmbito, que optou por campanhas que privilegiam a alteração de comportamentos, demonstra-o. Também me recordo de ter ouvido uma vez uma religiosa moçambicana dizer que, apesar de promoção do uso de preservativos chegar a todos os cantos do seu país (a ponto de não saber o que seria possível fazer mais no sentido dessa promoção), a difusão da doença não deixa de aumentar.

Parece-me muito pouco respeitoso – direi até ofensivo – para os povos em questão dizer que não é realista apelar à abstinência e fidelidade da população e juventude africanas em geral. Como se os africanos tivessem uma menor capacidade de dominar os seus instintos, capacidade que nos define como pessoas. Também neste aspecto a experiência do Uganda revela o contrário.

E se há grupos da população indiferentes a esse apelo do Papa, também esses grupos serão certamente indiferentes ao juízo moral que o Papa possa fazer sobre o uso do preservativo.

A Igreja Católica é a instituição que, à escala mundial, mais se tem dedicado à assistência às vítimas da sida. Em África tem-se destacado, entre muitas outras, a acção da Comunidade de Santo Egídio (o movimento a cujos esforços diplomáticos se ficou a dever o fim da guerra civil em Moçambique), que procura tornar tratamentos antiretrovirais acessíveis a todos os doentes.

Governos tão reticentes a “abrir as mãos à bolsa” quando se trata de apoiar o desenvolvimento de África (mesmo contra compromissos já assumidos) talvez não tenham muita autoridade para criticar a Igreja, que, com menos recursos, talvez faça mais do que qualquer deles pela promoção da saúde neste continente.

Pedro Vaz Patto

quarta-feira, março 18, 2009

Discurso do Santo Padre aos Bispos dos Camarões


In Radio Vaticana

No longo discurso dirigido aos bispos dos Camarões, na manhàa desta quarta feira, Bento XVI deixou um forte encorajamento ao empenho missionário, à comunhão apostólica, à formação doutrinal e espiritual dos padres, catequistas, das famílias e dos leigos em geral. Recomendou também que o tom justamente festivo das celebrações litúrgicas não seja nunca em detrimento da comunhão e do diálogo com Deus. O Papa evocou ainda a importância da doutrina social da Igreja e da atenção concreta aos mais desfavorecidos.

Discurso do Santo Padre à chegada aos Camarões


Por Santo Padre Bento XVI

Diante da dor ou da violência, da pobreza ou da fome, da corrupção ou do abuso de poder, um cristão nunca pode ficar calado. A mensagem salvífica do Evangelho exige ser proclamada, com força e clareza, de tal modo que a luz de Cristo possa brilhar na escuridão da vida das pessoas. Aqui na África, como em tantas outras partes do mundo, inumeráveis homens e mulheres anseiam por ouvir uma palavra de esperança e conforto. Conflitos locais deixam milhares de desalojados e necessitados, de órfãos e viúvas. Num continente que no passado viu muitos de seus habitantes cruelmente raptados e levados para além-mar a fim de trabalhar como escravos, o tráfico de seres humanos, especialmente de inermes mulheres e crianças, tornou-se uma moderna forma de escravatura. Num tempo de global escassez alimentar, de confusão financeira, de modelos causadores de alterações climáticas, a África sofre desconformemente: um número crescente de seus habitantes acaba prisioneiro da fome, da pobreza e da doença. Estes clamam por reconciliação, justiça e paz; e isto é precisamente o que a Igreja lhes oferece. Não novas formas de opressão económica ou política, mas a liberdade gloriosa dos filhos de Deus (cf. Rom 8, 21). Não a imposição de modelos cultuais que ignoram o direitos à vida dos nascituros, mas a pura água salvífica do Evangelho da vida. Não amargas rivalidades inter-étnicas ou inter-religiosas, mas a rectidão, a paz e a alegria do Reino de Deus, descrito de modo muito apropriado pelo Papa Paulo VI como «civilização do amor» (cf. Alocução ao Regina caeli, Pentecostes de 1970)

terça-feira, março 17, 2009

Santo Padre chega aos Camarões


In Agência Ecclesia

"Bento XVI chegou esta Terça-feira aos Camarões, etapa inicial da sua primeira viagem ao continente africano, sendo acolhido em clima de festa aeroporto Internacional Nsimalen, de Yaoundé.
Na sua intervenção inicial, o Papa apontou como preocupações da sua viagem temas como a violência, pobreza, tráfico humano, opressão económica ou política. Nesse sentido, defendeu que “diante da dor ou da violência, da pobreza ou da fome, da corrupção ou do abuso de poder, um cristão não pode permanecer calado”.

Santo Padre inicia visita ao continente africano


O Santo Padre partiu esta manhã para a sua primeira visita, como Sucessor de S. Pedro, a terras africanas.

"A história do cristianismo africano durante os primeiros séculos é uma fonte de grandes alegrias, mas também de profundas angústias e amargas lições. O cristianismo floresceu na África do Norte, tendo como centros Alexandria e Cartago. A África produziu excelentes teólogos, intelectuais, santos e mártires, tanto homens como mulheres. O cristianismo difundiu-se na Etiópia e na Núbia, no coração do continente. A África produziu pelo menos três papas durante este período e introduziu na Igreja a vida monástica, que depressa se estendeu a leste e a ocidente. De facto, durante os primeiros séculos, a África contribuiu grandemente para o crescimento da doutrina e da moral cristãs." (in Agência Ecclesia).

segunda-feira, março 16, 2009

Falecimento

Ao final da tarde de ontem, no Hospital de Viseu, faleceu o Sr. César da Silva Teixeira.

O seu funeral realiza-se amanhã, terça-feira, pelas 14.30h, na Igreja Paroquial.

Aos seus filhos e demais família apresento os mais sentidos pêsames e a certeza das minhas orações.

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sábado, março 14, 2009

Semana da Cáritas


Termina, amanhã, a Semana Nacional da Cáritas.

Neste tempo de profunda crise, a solidariedade torna-se ainda mais necessária. Subordinada ao tema "Se não tiver caridade, nada sou", nesta semana acontecem um conjunto de actividades que visam despertar todos os cristãos para a necessidade de ajudarmos os nossos irmãos mais necessitados.

Mensagem de D. Carlos Azevedo>>

Cáritas de Viseu desloca-se a Pendilhe

Membros da Direcção da Cáritas Diocesana de Viseu deslocaram-se, hoje, a Pendilhe, para uma sessão de esclarecimento sobre o que é e o que faz esta instituição da Igreja Católica.

A sessão decorreu no Centro Paroquial e nele estiveram presentes cerca de 20 pessoas, que aproveitaram a ocasião para trocarem experiências.

Este encontro acontece no âmbito da semana da Cáritas, que decorre, até amanhã, em todo o país.

Falecimento

Na passada segunda feira faleceu, no Hospital de Viseu, o Sr. Manuel da Conceição Pereira. Residia já há algum tempo no Lar de Vila Cova à Coelheira.

O seu funeral realizou-se na Igreja Paroquial na passada quarta feira, seguindo depois para o cemitério da freguesia.

À sua família apresento os meus sentidos pêsames e a certeza das minhas orações.